Mundo Espiritual: A Jornada - Parte 2
- Débora Novaski
- Apr 3, 2021
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Meu corpo ainda submerso nas águas cristalinas foi parando lentamente. Então avistei uma árvore muito formosa e robusta, estava carregada de muitos frutos. De um tipo especial e raro. Eu sabia exatamente do que se tratava.
Lembrei-me de uma passagem que havia estudado na Escola, de quando era apenas uma Peregrina, mas que ainda ecoava na mente “No meio da praça da cidade, de ambos os lados do Rio". Saí em direção aquela árvore com uma certeza no coração: "estava a Árvore da Vida".
E agachado perto do tronco da árvore, ouvi uma voz que completou a passagem em meus pensamentos "Que produz doze frutos, de mês em mês". Ele se levantou. Seus olhos eram como chamas de fogo, seus cabelos brancos como a neve e seu rosto brilhava como o Sol. Eu não pude me conter, caí de rosto em terra diante do Poder e Santidade. O Príncipe da Paz estava ali. Apenas fiquei em silêncio. O Senhor dos senhores. Permaneci em Reverência. O Rei dos reis. Em plena adoração.
O Príncipe da Paz se aproximou. Ergueu meu rosto. Enxugou as minhas lágrimas. Me pôs de pé e sorrindo segurou minha mão. Juntos, nos aproximamos da Árvore e ele começou apontar para os frutos e contar "primeiro fruto, segundo fruto, terceiro fruto... Décimo Segundo". Então arrancou o 12° fruto da Árvore da Vida e me deu para comer. E eu comi.
Enquanto eu mastigava e sentia o sabor meio adocicado e suculento do fruto, algo muito estranho aconteceu. Eu comecei me dividir em três partes. Com uma voz suave Ele disse:
-"Não tenha medo. É o início do processo. Lembra dos Ensinamentos. A geometria da Vida. 333. A tricotomia. Corpo. Alma. Espírito".
Pegou três folhas da Árvore da Vida, deu uma folha para cada uma das minhas partes, e disse: "e as folhas da árvore são para a cura das nações". E cada uma das minhas partes segurou a folha próximo aos lábios e começou a comer.
-"Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, é mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é capaz de discernir os pensamentos e intenções do coração. Ao comer as folhas, elas vão curá-la por inteiro. Observe".
Então olhei para o meu Corpo... Notei que toda cicatriz, as marcas do tempo, as imperfeições, as doenças, o desgaste, sua vulnerabilidade, sua fragilidade e mortalidade foi desaparecendo. Com a Alma foi a mesma coisa. Toda dor, toda lágrima, memórias negativas e provações que havia experimentado tinha ido embora em uma forma de luz escura. E no meio da Alma começou a reluzir sete pontos de luz, com as sete cores do arco íris, como se fossem sete estrelas.
Já no meu Espírito iniciou um fogo de cima para baixo que o envolvia por inteiro. “A obra de cada um se manifestará porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um”. O Príncipe da Paz se aproximou do meu espírito e pegou minhas mãos e estendeu para frente. E cada uma de minhas obras foi provada pelo fogo. Uma por uma. Cada intenção. Cada motivação. Cada pensamento. Cada palavra. Cada ação.
- “Visto que possui a promessa e foi purificada de toda a impureza do corpo e do espírito, você está aperfeiçoada a santidade no temor de Deus. Quem é justo, continue praticando a justiça; e quem é santo, continue se santificando”. Meu espírito tinha uma cor neutra, quase translúcida que, a cada prova de fogo, foi se tornando uma chama viva.
-"Bem-aventurados os que lavam suas roupas para que tenham direito à Árvore da Vida e possam entrar nas cidades pelas portas! Você, minha querida Filha, é uma Bem-aventurada!".
E quando ele disse "Filha", todas as partes voltaram a se unir novamente. E finalmente, ele foi no Rio da Água da Vida, encheu um cálice com aquela água cristalina dizendo: "Venha! Receba de graça a água da vida!". E me ofereceu para beber. Quando tomei a última gota, senti que o meio da minha testa estava quente, passei os dedos com cuidado, e em alto relevo, algo estava escrito.
-"O que está escrito?" perguntei.
-"Egg!" - respondeu gentilmente.
-"Egg? Como assim? Eu não entendo", com uma voz confusa, meio sem jeito, respondi um tanto decepcionada.
Ele não riu. Teve uma crise de risos. E toda a criação ao redor também. Inclusive os dois Arcanjos do outro lado da margem, que guardavam e protegiam a Árvore da Vida. Após se recuperar, respirou bem fundo e disse:
-"É o seu Nome!".
-"Sério? Tá parecendo mais apelido!!" respondi sorrindo.
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